sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Encontro de Educação 2011-2 - CONVITE


Informo que na proxima semana estará acontecendo o Encontro de Educação
2011-2 e que nossa programação está assim dividida:

Quarta feira dia 05/10/2011 - Auditório Principal 18:30 abertura Palestra
sobre Pedagogia Hospitalar com a Prof. Ana Lucia Schilke
20:30 - Palestra sobre o ENADE - Prof. Rosane Marendino

Quinta feira dia 06/10/2011 - 18:30 Documentário Darcy Ribeiro O guerreiro
sonhador. 19:30 as 20:30 apresentação de trabalhos pelos alunos do curso.
20:30 Palestra "A robótica na Educação" - Prof. Fred Santos

Sexta feira dia 07/10/2011 - 18:30 Documentário Tantas escolas e Tantas
Memórias. 19:30 Palestra da Professora Teresa Soares - O papel do Pedagogo
em espaços não escolares.

As atividades contarão como horas de atividades acadêmicas no total de 20
horas.

Conto com vocês para a divulgação do evento e participação de todos.

OBS:Os trabalhos podem ser inscritos até segunda feira na Coordenação.

Uma grande abraço,
Marcia Quaresma

Lab. de História Regional

Saudações a todos!

Gostaria de informar a todos os alunos interessados que o Curso de História da Universidade Veiga de Almeida dará início ao Laboratório de História Regional.

Objetivos:
a) Contribuir para a formação acadêmica do aluno de graduação;
b) Fomentar a produção histórica no campo da História Regional, particularmente a respeito da História da Região dos Lagos;
c) Fazer com que o alunos tenha contato com "Fontes Primárias", fundamental para a formação de todo historiador;
d) Ajudar na definição dos alunos de um tema para a produção de sua monografia de final de curso;
e) Gerar um banco de dados de fontes da região e de trabalhos a respeito da temática proposta.

Público alvo:
Todos os alunos do curso de História e demais interessados.

Reuniões:
Toda primeira sexta-feira de 18:30 hs. até às 20 horas.
Primeira reunião: 7 de outubro.

Local: Universidade Veiga de Almeida - Campus - Perynas - Laboratório de História Regional - 3º Andar.

Dinâmica das Reuniões:
As reuniões contarão com participação ativa dos alunos, que apresentarão um texto previamente selecionado.
Depois apresentarão as fontes primárias, cuja temática será a mesma do texto abordado anteriormente.
E, por fim, veremos como pode-se trabalhar as fontes primárias de nossa região. 

Professor Responsável:
Doutorando Luiz Guilherme Scaldaferri Moreira

Possíveis interessados, favor enviar email para lgmoreira@ig.com.br

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Medicina Chinesa: o curso de um rio milenar


                       A Medicina Chinesa: o curso de um rio milenar



A medicina tradicional chinesa (MTC) não segue os cânones da ciência tradicional. Amparada numa sabedoria milenar, a MTC sobrevive em função de sua comprovada eficácia. Para os antigos chineses, o universo é energia que pode ser praticada (tai-chi; hsing-i), aplicada no sentido terapêutico (acupuntura), absorvida (fitoterapia; chikung). E a saúde, então, é resultante da livre circulação de energia (chi). A energia vital anima e alimenta os seres vivos e sua ausência (yin) ou excesso (yin) seria a causa básica das doenças. Este fluxo de chi é influenciado por fatores externos (yang) e internos (yin).
O taoísmo em suas diferentes modalidades indica o caminho (tao) necessário para se atingir o equilíbrio entre o yin e o yang. A metáfora perfeita é o "comportamento" da água - o curso do rio. Suavemente, desvencilha-se dos obstáculos, segue o curso ao se adaptar ao meio. O rio é o modelo daqueles que compreendem o tao e assim prolongam a vida. A alimentação ocupa lugar central na manutenção do equilíbrio. Os gêneros alimentícios são classificados em suas propriedades ying-yang. Cores, consistências, sabores e temperaturas devem ser levados em conta no preparo das refeições.
A medicina tradicional chinesa é surpreendente ao combinar ervas e exercícios físicos, sem contar o apoio de estranhas técnicas aos nossos olhos. A utilização de agulhas para desobstrução dos meridianos (canais ou rios de chi), o diagnóstico de pulso, a combinação dos cinco elementos (hsing) em complexas situações e... o que falar da "estranha" técnica do guaxá (raspagem das costas)? Hoje, em qualquer cidade do mundo, a MTC ou as práticas como o kung fu e o feng shui são comuns. Sob a desconfiança dos adeptos da "hard science", possuem ainda assim milhões de adeptos mundo afora. A lição que nos oferece, porém, derivada de seus inquestionáveis benefícios, é que existem outras vias além daquelas que caracterizam e consagraram o modelo ocidental.

João Gilberto.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Últimas do Professor João Gilberto


Generosidade é uma conduta que está em extinção hoje em dia, lamentavelmente. Não conheço há muitos anos a boa senhora que está sempre cuidando dos seus e fez aniversário neste fim de semana. Sei que em todas as festinhas de sua família há um quitute à disposição, de seu arsenal de doces e salgados deliciosos. Geralmente, está envolvida com o cotidiano do marido, dos filhos e netos - uma rotina que a faz cozinhar, dirigir e gerir. É uma pessoa silenciosa, discreta, que poderia ser chamada de lua, em contraposição ao brilho festivo do sol. Tão importante quanto a luminosidade, o yang da filosofia chinesa, há o yin, o lado manso e discreto da montanha e que aqui também designo a lua. Então, percebi que nem no seu dia a aniversariante se furtava em servir aos parentes. Servir, o termo que caracteriza as mães e as avós dos contos de fadas. E a avó aniversariante estava feliz, por si e pelos outros. Observadora, como a lua cheia, percebia a alegria de seus filhos e netos; discreta, como a lua minguante, não buscava a atenção para si; feliz como a lua nova. Ora, ela não é "apenas" avó e mãe. Pois no passado chamava-se vovó e mamãe àquelas mulheres que conseguiam transformar amor em generosidade sem limites. Ou seja, avó e mãe qualquer mulher pode ser, mas vovó e mamãe só mesmo as que multiplicam por dois a sílaba tônica e amam seus rebentos incondicionalmente. Creio ter percebido uma certa emoção na hora do parabéns. Um coração apertado. Lua quarto crescente... 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Agradecimento do Coordenador Guilherme Guaral


Prezados colegas, em nome do Curso de História, da Universidade Veiga
de Almeida quero agradecer a atenção, colaboração e sobretudo a
participação de todos no IX Congresso de História da Região dos Lagos.
"Diálogos Interdisciplinares" nos mostraram que precisamos, cada vez
mais alargar nossos horizontes e i9nteragir com outras áreas do
conhecimento, quando buscamos uma formação sólida e plural. O evento,
dentro das suas possibilidades e limites foi satisfatório e isso só
foi possível com a colaboração de vocês.
Muito obrigado e até o X Congresso de História da Região dos Lagos.
Atenciosamente
Guilherme Guaral
História - UVA - Cabo Frio

terça-feira, 13 de setembro de 2011

IX CONGRESSO DE HISTÓRIA



IX Congresso de História da Região dos Lagos

De:  19 a 21 setembro de 2011
Local: Campus Perynas – Auditório Principal
Programação
19 de setembro
15:00 h – Exibição do Filme “Garrincha, uma estrela solitária”
17:00h - Debate
18:30 – Mesa Temática “O Brasil na Rota dos Grandes Eventos Esportivos – da Copa de 1950 a Copa de 2014”
Palestrantes:
Romário Faria (Deputado Federal e ex-jogador de futebol) (aguardando Confirmação)
Alexandre Motta (Mestre em Ed.Física e coordenador de Ed. Física – Cabo Frio)
Rodrigo Terra ((Mestre em Ed. Física, prof.da UVA e da Rede Cedes do Gov. Federal) Andreia Gorito (Mestre em Comunicação pela UERJ e coord.de Com. Social)

20 de setembro
15:00 h – Exibição do Filme “Escritores da Liberdade ”
17:00h - Debate
18:30 – Mesa Temática “História e Histórias da Educação”
Palestrantes:
Marcia da Silva Quaresma (Doutoranda em Educação UERJ, a coord. de Pedagogia)
Márcia Simões Mattos (mestranda da UCP e professora do Curso de Pedagogia)
Luiz Guilherme Scaldaferri Moreira (doutorando em História da UFF e professor do Curso de História)
Patrícia da Silva Lima (Especialista em pedagogia e Inspetora Escolar da Secretaria de Educação do Estado do RJ)
João Henrique de Oliveira Cristhóvão (Mestre em História pela UERJ e professor do Curso de História)

2
21 de setembro
15:00 h – Exibição do Filme “Laranja Mecânica
17:00h - Debate
18:30 – Mesa Temática “História e Psicanálise”
Palestrantes:
Eliane de Augustinis Valle Machado da Silva (Mestre em Psicanálise - UVA)
João Gilberto da Silva Carvalho Carvalho (Doutor em Representações Sociais UFRJ e professor do curso de História)
Vanessa de Oliveira Brunow - (Mestre - UFF e professora do Curso de História)
Guilherme José Motta Faria (doutorando em História na UFF e coordenador do Curso de História) 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Artigo do Aluno Adriano Chagas sobre as Escavações no Sambaqui das Palmeiras


Fragmentos de Tamba ki

Cabo Frio é uma cidade escolhida pelos deuses. Aqui a beleza nos ladeia. Temos um mar de águas claras que ao leste nos banha; as dunas, com sua formação de areia que por séculos insistem em “correr” pela praia mudando seu desenho; a mata que sempre foi berçário de espécies endêmicas; e é claro o sambaquieiro, esse elemento extraordinário que viveu nessas paragens desde sempre e que, talvez, só as árvores saibam de sua história! Mas há um fato “novo”!
Sambaqui, palavra originária do tupi Tamba ki que significa “montanha de conchas” ou concheiros. Essas estruturas que podiam atingir vários metros de altura, como de diâmetro, a exemplo do sítio arqueológico de Figueirinha – I, em Jaguaruna (SC), que tem aproximadamente 15 metros de altura¹, levando-se em conta a área a qual esses povos se fixavam, era o local onde esses mesmos faziam suas refeições e tinham com os seus. Ali passavam grande parte de seu tempo, abrindo conchas e moluscos para se alimentar. Além das conchas, depositavam outros materiais utilizados para fins alimentares ou não, tais como: cerâmicas; pedras lapidadas, para que servissem de objeto cortante; ossos que poderiam ser usados como adornos e madeiras utilizadas para fogueiras. Essas formações originaram-se do acúmulo de sedimentos que com o passar do tempo e erosão misturaram-se as conchas e utensílios, que, juntos, ficaram armazenados no solo, depositados pelo revezamento natural dos povos dessa região, criando assim uma riqueza de informações num mesmo local, que é, historicamente falando, algo incrível. A julgar que em todo o litoral brasileiro é possível encontrar sambaquis, é bem provável que esses tenham mantido contato e algum tipo de comércio, o qual por si só aumenta sua importância.
As informações expressadas acima são fundamentais para entender a importância que representa um sambaqui e o peso e complexidade cultural a qual vem associada a ele. Um local onde a história de um povo pode ser vislumbrada e compreendida na amplitude, embora restrita, de seu cotidiano. E Cabo Frio mais uma vez nos presenteia com algo desse tipo. É isso mesmo, mais um sítio arqueológico foi descoberto em Cabo Frio, precisamente na Aldeia do Portinho, trata-se de um Sambaqui, onde foi encontrada uma ossada de fêmea, batizada de Boop. Porém o sítio arqueológico está situado em uma área de construção, onde brevemente levantarão um Shopping Center. A impressão que se tem é que todo o suposto desenvolvimento deve ser feito a custa de “sacrifícios”, assim como os Vândalos, tribo germânica oriental, que destruíam os locais onde conquistavam com o discurso de se construir algo “mais” belo e melhor, apagando assim qualquer indício de cultura anteriormente. Afinal quando se quer destruir um povo, primeiro apaga-se a sua história. E nesse quadro surgem algumas dúvidas! Seriam nossos governantes pouco ou quase nada entendidos de cultura a ponto de jogar concreto em cima dessa história? Nós, sociedade civil organizada, estudantes, acadêmicos, arquitetos, engenheiros, autoridades, arqueólogos e IPHAN podemos juntos lutar pela preservação desse patrimônio que é de todos?

Pausa para reflexão.

Adriano Chagas
Estudante do 3º período de história
Universidade Veiga de Almeida


_______________
¹ www.itaucultural.org.br/arqueologia

domingo, 4 de setembro de 2011

Entrevista do Professor da Uva Luiz Guilherme Para o Intertv


Sítio arqueológico é encontrado em Cabo Frio; historiador explica origem dos Sambaquis

“É muito difícil encontrar ossadas neste estado de conservação, eles foram os primeiros povos que habitaram a Regiao dos Lagos, antes de Cabral”.

Os Sambaquis, povos indígenas que habitavam o litoral brasileiro, viveram há 7 mil anos atrás nessa região, sobreviviam da pesca, caça e levavam uma vida semelhante a dos índios. E estamos entrando nesse assunto porque foi encontrada, em Cabo Frio, mais uma ossada de Sambaqui. E o novo sítio arqueológico se localiza no terreno onde deve ser construído um shopping.


O sítio arqueológico foi descoberto no bairro Novo Portinho, em Cabo Frio, na área onde deve ser construído um shopping. Escavando a terra, pesquisadores tiveram uma surpresa: encontraram uma ossada humana de mais de 2.000 anos.


As escavações já revelaram algumas surpresas, entre elas um esqueleto, que pelo tamanho da cavidade dos olhos e da bacia, deve ter sido de uma mulher. Há sinais de flechas no peito e na mão, talvez a causa da morte. E o melhor: o esqueleto está quase completo, algo muito difícil porque as ossadas encontradas em sambaquis são pré-históricas. A estimativa é que a ossada tenha entre 2.000 e 2.500 anos.


O trabalho é delicado, minucioso e exige paciência. A terra tem que ser removida com cuidado e depois ainda é peneirada para recolher objetos pequenos que tenham escapado aos olhos atentos e treinados das arqueólogas.Durante as escavações também foram encontrados pedaços de flechas, de equipamentos de trabalho e uma agulha de osso, um instrumento que não era comum para os Sambaqueiros. Ela, junto com outros fragmentos achados no local, comprovam a convivência longa e pacífica com outro grupo de nativos vindos do centro-oeste do país: os agricultores Ceramistas da tradição Una.


A pesquisa está sendo acompanhada e registrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As gravações vão virar um documentário sobre os Sambaquis. As escavações ocorrem apenas em 10% do sítio arqueológico. Os outros 90% estão protegidos pelo Iphan. O material recolhido vai ser levado para o Laboratório de Arqueologia Brasileira. De acordo com a assessoria de comunicação, o projeto do shopping está em fase de licença de instalação, que é dada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Há duas semanas, uma outra ossada humana tinha sido encontrada em Saquarema. O proprietário de uma casa fazia reparos no terreno quando encontrou todo o material no quintal. Segundo especialistas, a área deveria ter sido um Sambaqui, local de moradia temporária de comunidades muito antigas. A ossada tem cerca de 4.000 anos. Técnicos do Museu Nacional e do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan) fazem a análise dos ossos.

A entrevista completa e o vídeo estão disponíveis em:

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mais sobre A Cidade Perdida dos Incas

Como já foi um pouco falado aqui no Blog...

A região de Vilcabamba, no sudeste do Peru, continua a ser um fascinante campo de pesquisa para os estudiosos da cultura Inca. No alto das montanhas próximas à antiga capital, Cusco, uma série de cidades estratégicas foram erguidas no período áureo do império. Muitas delas já foram decifradas, como Machu Picchu, descoberta por Hiram Bingham, em 1911, numa expedição patrocinada pela National Geographic Society.

E também ficava ali, num ponto ainda secreto entre as montanhas e as florestas, a cidade homônima onde o último soberano inca, Tupac Amaru, lutou até a morte contra os conquistadores espanhóis, em 1572. Seu pai, Manco ?Inca, horrorizado com as atrocidades cometidas pelos invasores, havia fugido de Cusco 36 anos antes para estabelecer em Vilcabamba uma frente de resistência. Tupac Amaru herdou sua valentia mas acabou vencido, e seu nome e sua luta ainda hoje inspiram os ideais libertários de movimentos populares da América Latina. Seu lendário refúgio, contudo, jamais foi encontrado.

O mistério pode ter chegado ao fim. Num ponto a cerca de 35 quilômetros de Machu Picchu um grupo de pesquisadores liderado por Peter Frost, fotógrafo e estudioso da cultura inca há 30 anos, e pelo arqueólogo peruano Alfredo Valencia Zegarra, da universidade de Santo Antônio Abad, de Cusco. conseguiu atingir um conjunto de ruínas que, por causa da localização e da idade de uma série de artefatos, pode realmente ter sido o gueto de defesa inca.

O sítio arqueológico, no alto de uma montanha conhecida como Cerro Victoria, já havia sido avistada por Frost e pelo explorador americano Scott Gorsuch em 1999. Foram preciosos dois anos de preparação logística para difícil expedição (também financiada pela National Geographic Society), que aconteceu em junho do ano passado, mas foi divulgada apenas agora. "Esse lugar nos oferece amplas perspectivas: ele guarda resquícios da presença inca desde o início até o último suspiro de sua civilização", avalia Frost. "Se chegaram aqui, os espanhóis entraram apenas na área mais ao sul da cidade".
O trecho a ser estudado na montanha é na verdade bem maior do que eles haviam imaginado dois anos antes. O sítio se esparrama por 6 quilômetros quadrados a uma altitude de mais de 3,6 mil metros, numa região onde os Andes começam a declinar e dão lugar à Amazônia. Dessa área cercada por florestas úmidas os Incas podiam contemplar picos de até 6 mil metros. "Eu acho que eles escolheram o lugar por duas razões. Uma delas é a prospecção de minas de prata nos arredores", especula Frost. "Mas o Cerra Victoria é ainda um ponto que oferece uma esplêndida visão de cumes nevados ao redor, aos quais os incas provavelmente organizavam cerimônias de adoração. A montanha era um observatório de onde podiam montar seu calendário de acordo com as contemplações de céu e do sol.

Nenhuma das cidades já estudadas na região de Vilcabamba mostrou até hoje evidências de ter sido o derradeiro baluarte dos incas, mas o Cerro Victoria é o maior e mais significativo sítio inca descoberto desde que o arqueólogo Gene Savoy atingiu as ruínas da cidade de Vilcabamba La Vieja, perto dali, em 1964. A "disposição urbana" do alto do Victoria apresenta um conjunto de edifícios circulares, além de muros, plataformas cerimoniais, estradas, canais de água, barragem, terraços de cultivo, túmulos repletos de artefatos incaicos e uma pirâmide semidestruída. A chave do enigma está na interpretação de peças de cerâmica de dois períodos muitos distintos: a de cerca de do ano 1200, época da ascensão do império, e a de meados do século 16 (fase final da luta de Tupac Amaru contra a tirania espanhola). "A montanha guarda um enorme conjunto de relíquias arqueológicas", comenta o arqueólogo Zegarra. "O lugar promete fornecer novas e valiosas pistas sobre a ocupação nessa área remota", completa o pesquisador Johan Reinhard, bolsista da National Geographic Society.

A expedição foi uma aventura para o grupo. As dificuldades de acesso contribuíram para aumentar a mística sobre o lugar, que fica a quatro dias de caminhada da estrada mais próxima. Os exploradores foram obrigados a vencer o cânion Apurimac, de 3,3 mil metros de profundidade, e tropas de mulas foram usadas para carregar os suprimentos de água e comida montanha acima. Apesar do assombro dos pesquisadores diante da descobertas, o Cerro Victoria não era desconhecido dos nativos da região: duas famílias indígenas viviam no local, chamado por eles de Coryhuayrachina. Até o fim do ano Peter Frost e sua equipe voltarão ao local, numa expedição maior, para realizar novas pesquisas. E então eles terão mais subsídios para elucidar um dos mais importantes e ainda obscuros capítulos da história inca.

Reportagem completa no historiadomundo.com

Período Pombalino por Rainer Souza

No século XVIII, a vanguarda iluminista estabeleceu transformações notáveis nos modos de administração de várias das monarquias europeias. Inspirados pelas noções de razão e progresso calcados por esse movimento, reis, rainhas e ministros do Velho Mundo empreenderam medidas que procuravam aprimorar o aparelho administrativo e a economia de seus Estados. Seguindo essa tendência, o rei de Portugal, D. José I, indicou Sebastião Carvalho e Melo, marquês de Pombal, como ministro.

Pretendendo sanear a deficitária economia de seu país, o novo ministro combinou ações que reforçavam as práticas mercantis no espaço colonial e dinamizavam o funcionamento da administração nacional. Tomado por essas metas de cunho transformador, o marquês de Pombal enfrentou séria oposição proveniente da nobreza e do clero lusitano, que nem sempre foram prestigiados com as reformas por ele estabelecidas.

Visando o aumento das atividades econômicas no Brasil, ele determinou a criação de companhias de comércio no Grão-Pará, Paraíba e Pernambuco. Na região norte, estimulou a ampliação das plantações de algodão que poderiam atender a crescente demanda oriunda da Inglaterra. Na região das minas, os mecanismos de controle e cobrança foram reforçados e a derrama estipulada como uma cobrança compulsória feita sobre os impostos atrasados dos mineradores de uma mesma região.

Com relação à atuação dos jesuítas, Pombal imprimiu séria perseguição por achar que esses clérigos causavam sério prejuízo tanto em Portugal como no Brasil. Na visão do marquês, o predomínio jesuíta na educação portuguesa impedia o desenvolvimento de uma imprescindível mentalidade modernizadora. No Brasil, a sua influência junto aos índios, a produção de riqueza realizada no interior das missões e os conflitos contra os colonos (como a Guerra Guaranítica, de 1750) ameaçavam a autoridade metropolitana.

Desse modo, apesar da imensa polêmica gerada, Pombal estabeleceu que os jesuítas fossem expulsos do Brasil e que os mesmos não tivessem frente das instituições de ensino. Com relação a essa mesma questão, o marquês de Pombal implantou o subsídio literário, um novo imposto que iria sustentar a contratação de professores sem ligações com a Igreja. Ao longo do tempo, esse projeto de reforma educacional acabou não surtindo o efeito esperado.

Entre outras ações de Pombal, devemos destacar que ele foi o responsável pela extinção definitiva das capitanias hereditárias no Brasil e proibiu definitivamente a escravidão indígena na colônia. Além disso, estipulou que a distinção realizada entre cristãos e cristãos-novos fosse definitivamente extinta. Com isso, ele buscou centralizar a estrutura administrativa aplicada à colônia e diminuir as tensões que pudessem produzir alguma espécie de prejuízo ao governo de Portugal.

Apesar de seus esforços, Pombal não resistiu à grande influência que a Inglaterra tinha junto as questões políticas e econômicas de Portugal, e nem mesmo suportou a clara oposição dirigida por clérigos e nobres. Não por acaso, após a morte do rei D. José I, em 1777, e a chegada da rainha D. Maria I, A Louca, um fato político conhecido como “viradeira” impôs a destituição do marquês de Pombal e a anulação de várias ações administrativas por ele tomadas.