Generosidade é uma conduta que está em extinção hoje em dia,
lamentavelmente. Não conheço há muitos anos a boa senhora que está sempre
cuidando dos seus e fez aniversário neste fim de semana. Sei que em todas as
festinhas de sua família há um quitute à disposição, de seu arsenal de doces e
salgados deliciosos. Geralmente, está envolvida com o cotidiano do marido, dos
filhos e netos - uma rotina que a faz cozinhar, dirigir e gerir. É uma pessoa
silenciosa, discreta, que poderia ser chamada de lua, em contraposição ao
brilho festivo do sol. Tão importante quanto a luminosidade, o yang da
filosofia chinesa, há o yin, o lado manso e discreto da montanha e que aqui
também designo a lua. Então, percebi que nem no seu dia a aniversariante se
furtava em servir aos parentes. Servir, o termo que caracteriza as mães e as
avós dos contos de fadas. E a avó aniversariante estava feliz, por si e pelos
outros. Observadora, como a lua cheia, percebia a alegria de seus filhos e
netos; discreta, como a lua minguante, não buscava a atenção para si; feliz
como a lua nova. Ora, ela não é "apenas" avó e mãe. Pois no passado
chamava-se vovó e mamãe àquelas mulheres que conseguiam transformar amor em
generosidade sem limites. Ou seja, avó e mãe qualquer mulher pode ser, mas vovó
e mamãe só mesmo as que multiplicam por dois a sílaba tônica e amam seus
rebentos incondicionalmente. Creio ter percebido uma certa emoção na hora do
parabéns. Um coração apertado. Lua quarto crescente...
Simplesmente LINDO
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