quinta-feira, 14 de abril de 2011

Coluna do João Gilberto

QUEREMOS SIM!

Atuo no curso de história da Veiga Cabo Frio desde 2002. É bastante tempo, embora eu não tenha me dado conta até agora. Metodologia da História, Historiografia Brasileira, Tendências Historiográficas, História Moderna, Monografia, Metodologia Científica, Eletivas, Tópicos e... Ufa! Ensinei, aprendi, troquei, multipliquei: conhecimentos, afetos e informações. Antigos alunos hoje são profissionais e pesquisadores; alguns formaram lares e outros eu não sei por onde andam. Fiz amizade com gente de altíssimo nível intelectual, que me propiciaram memoráveis almoços e jantares. Havia sempre o jeito nervoso da Ângela, o ar bonachão do Walter, enigmático do Paulo Roberto e o sacana, do Léo; o professor Chicão e sua metralhadora giratória, a quem eu já chamei de doutor rock. Coragem, dizia e ainda diz o professor Guaral. Ao redor de eventos, passeios, brincadeiras, leituras e sonhos, meu sonhos, alguns dos quais se tornaram realidade, assim o tempo passou e se transformou em memória.

Agora, novos tempos. Novos professores e alunos. E o coordenador é o professor Guaral. Em meio às dificuldades, a luta pelo curso mobiliza e une corpo docente e discente, pois não se trata tão somente de uma formação como outra qualquer. Aprendi ao longo desses anos que aquele que se propõe a estudar história é especial. Não apenas estuda, faz história. É alguém que busca entender o mundo e a realidade em que vive. Não quer apenas, e ainda que isso seja importante – ele não quer uma simples profissão. Historiadores precisam saciar uma curiosidade especial, que vem da alma. Parece metafísico – admito que seja. “A gente não quer só comida / A gente quer comida Diversão e arte / A gente não quer só comida / A gente quer saída / Para qualquer parte...” A gente quer, enfim, história.

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